domingo, 24 de junho de 2012

A BELEZA DA ARTE


"Entregai-vos ao original e verdadeiro senso de beleza e nunca podereis errar, pois ele está ligado às leis primordiais da Criação, é a expressão de um saber ainda oculto sobre a perfeição, um indicador de caminho infalível para cada espírito, pois unicamente todo o espiritual, nesta Criação posterior, tem a faculdade de reconhecer, numa bem determinada maturidade, a verdadeira beleza com consciência plena!" "(...) por toda a parte onde vosso senso de beleza não puder vibrar alegremente, a harmonia severamente condicionada pela lei da Criação não existe assim como deve ser. E onde falta harmonia, também não há beleza." (Mensagem do Graal de Abdruschin Volume III)
Com segurança podemos dizer que este sentimento estético é inerente sim, à totalidade dos seres humanos, como uma propriedade do espírito, encontrando-se tanto mais vivo quanto maior for a vivacidade espiritual do respectivo ser humano, o que garante o reconhecimento da beleza.
Admitindo que o produzir artístico nasce sempre de uma observação apurada, guiada pela vivência do artista, que tanto pode ser dirigida para os aspectos externos quanto internos de algum fator, esta produção poderá mostrar-se em formas externas diversas, mas a beleza a ela inerente advirá da sua essência e será facilmente reconhecida (sentida) com a intuição. 
Este agradar universalmente condiciona uma faculdade única de reconhecimento do belo como um conhecimento inerente a todo os seres humanos, em todas as épocas.
Ainda assim, seguindo nesta cansativa busca nos meandros do conhecimento intelectual, não encontramos uma explicação definitiva sobre a beleza, nem no seu conceito nem nas sensações que provoca, pois a verdadeira noção do belo não pode aceitar um conceito estético determinado pelo saber humano, ditado pelo raciocínio unilateral, pois está ligada ao conceito primevo de verdade. 
Enquanto Aristóteles considera que "(...)Um ser ou uma coisa composta de diferentes partes só pode ter beleza na medida em que estas partes são dispostas numa certa ordem(...)" ¹, Platão vai mais longe e afirma que "(...) A origem de toda a beleza é uma beleza que, por sua própria presença, torna bela as coisas que chamamos de belas, seja qual for a maneira pela qual o contato se estabeleça.(...)" ². Só no século XVIII, em Kant (1790), quando a estética passa a ser estudada de uma forma independente de outras questões, vamos encontrar uma definição algo mais ampla: "(...) É belo aquilo que agrada universalmente sem conceito.(...)" 
Para compreendermos melhor o fenômeno artístico chegaremos a mais um conceito cuja compreensão é necessária, e assim atingir uma consciência artística: a beleza.